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Maicon Fiuza | 20/02/2023 13:35

20/02/2023 13:35

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Capitão América na vida real: barbeiro do Oeste atende crianças autistas

Pais de crianças autistas enfrentam uma série de barreiras no dia a dia com seus filhos. Até mesmo uma tarefa que parece simples, como cortar o cabelo, pode ser um desafio e tanto. Acontece que crianças com o espectro do autismo apresentam transtorno do processamento sensorial, podendo apresentar hipersensibilidade tátil e hipersensibilidade auditiva, além de […]

Capitão América na vida real: barbeiro do Oeste atende crianças autistas

Pais de crianças autistas enfrentam uma série de barreiras no dia a dia com seus filhos. Até mesmo uma tarefa que parece simples, como cortar o cabelo, pode ser um desafio e tanto. Acontece que crianças com o espectro do autismo apresentam transtorno do processamento sensorial, podendo apresentar hipersensibilidade tátil e hipersensibilidade auditiva, além de outras demandas de ordem sensorial.

Preocupado com isso, o barbeiro Felipe Martins Velasco, pensou em cada detalhe e se transformou no “Capitão América Barber”. Barbeiro há sete anos, conta como surgiu seu afeto por crianças.

— Por motivo de saúde passei boa parte internado e lá dentro a forma que encontrei de passar o tempo mais rápido foi cuidando de crianças menores pra não chorar, pois hospital o que mais tem é criança chorando, anos mais tarde me deparei novamente com a situação de crianças chorando dessa vez com medo do corte de cabelo — conta.

Explica também como resolveu tornar-se barbeiro.

— Me tornei barbeiro a princípio pensando no lado financeiro, me dediquei, mas não tinha certeza que era isso pra vida toda. A profissão ganhou mais cor quando comecei me destacar no atendimento infantil — explica.

Felipe destaca ainda como surgiu a ideia de trabalhar vestido de Super Herói.

— Antes do capitão América minha dificuldade era em mostrar para os pais que eu gostaria de cortar o cabelo do seu filho, pois ver os pequenos chorando e outros barbeiros nervosos e eu ali sem poder fazer nada era muito ruim pra mim, mas é chato chegar e falar deixa eu tentar cortar, então pensei como me tornar uma primeira opção para o pai sem falar nada e principalmente sem ofender meus colegas de trabalho. Foi aí que tive a ideia de trabalhar vestido de super herói só não sabia qual herói e não era o momento pois não estava muito feliz no local que trabalhava e tinha planos de abrir minha própria barbearia aí tive tempo de amadurecer a ideia — destaca.

Sobre a escolha do herói Capitão América Felipe comenta como chegou até este herói.

— A primeira escolha do super herói foi Batman, mas pensei, não, por ser cavaleiro das trevas pode algum pai não gostar. Homem aranha? Além de eu não ter o físico do homem aranha a máscara é muito fechada não poderia trabalhar direito. Superman? Não usa máscara então os pequenos não iriam entrar na mágica da coisa. Capitão América? Meia máscara escudo cor azul, boa então pensei, é esse a confirmação veio quando percebi que ele tem as mesmas cores da barbearia — comenta.

Destaca ainda como iniciou a cortar cabelo de crianças autistas e explica a frase em suas redes sociais “Escolhi o público infantil, mas fui escolhido pelo público autista”.

— O corte de autista iniciou antes mesmo de me tornar profissional, porém não notei a importância que eu tinha para aquele menino, o Gustavo que corta comigo até hoje, então começou a vim mais 1, 2, 3 e hoje tenho vários clientes autistas por isso da frase fui escolhido por eles — destaca.

Fala também sobre o aprendizado bem como sobre seu plano para o futuro.

— Aprendo muito com eles e fico feliz com cada melhora cada conquista seja a menor que for como, por exemplo, colocar a capa só quem é pai ou quem trabalha pra saber o quanto lutamos para chegar nesse momento e como ficamos felizes. Para o futuro estou envolvido com o projeto de implantar uma AMA (associação amigos do autista) na minha cidade no ramo da barbearia meu sonho é ter um salão todo kids e pretendo fazer curso de T.O (terapia ocupacional) para atender terapia e corte aí assim ficar 100% no atendimento infantil — fala.

Finaliza falando sobre seu propósito.

— Fui criado sem a presença paterna e o meu propósito é aproximar pais e filhos está dando certo p muitas crianças que iriam com a mãe para o salão hoje vem com o pai se cada um fazer 1% para um futuro melhor e ter um propósito. Acredito que podemos mudar muita coisa — finaliza.

Para acompanhar o trabalho realizado por Felipe basta seguir no Instagram @capitaoamericabarber.

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