Salvar vidas ajudando o próximo. Assim que se resume a trajetória de Marinês Maria Coldebella Dondé. Ela é moradora de Faxinal dos Guedes e há pouco mais de um mês perdeu o seu esposo para a Covid-19.

Mas o que poucos sabem é que Marinês foi doadora compatível de um rim para Dagoberto Donde (esposo que faleceu). Essa linda atitude veio ao coração da faxinalense ainda quando eles eram namorados.

– A vontade de ajudar os outros é antiga. Eu e meu marido namorávamos e ele ficou com um problema renal e precisava de um rim. Eu queria doar a ele, mas ele não queria porque achava que pudesse dar um problema em mim, então ele fez o tratamento de hemodiálise por oito anos e meio. Com o passar o tempo, estava muito debilitado e os médicos acharam melhor o transplante, então ele aceitou a doação. Começamos a fazer os exames, demorou um tempo até finalizar todos, fui compatível e fiz a doação. Depois, por outros problemas, ele acabou perdendo o rim, voltou para hemodiálise e fez outro transplante em 2016, mas neste ano, ele acabou contraindo a Covid-19, ficou internado na UTI e acabou falecendo – comenta Marinês.

O desejo de doar, continuou vivo na faxinalense, que nesta semana também fez doação do seu cabelo. Segundo ela, o passar pela doença ao lado de seu esposo, lhe mostrou a importância da doação.

– A opção de doar os cabelos, é a vontade de poder ajudar de alguma forma, eu sei o quanto é difícil a gente precisar de doação. Meu marido precisou várias vezes de doação de sangue, então sabemos a importância de doar alguma coisa. Em 2005, doei meu rim, e ajudou ele. Os cabelos, em 2019, eu quis doar porque ele estava grande, depois disso resolvi deixar mais para doar novamente. Então, fui nesta semana, cortar para doar novamente. A gente está aqui para ajudar os outros de alguma forma. Teve uma vez que tentei doar sengue no Hemosc, mas não consegui por eu ser doadora de rim, mas gostaria de ter ajudado de alguma forma – conclui a faxinalense.