Lance no Campo: tradição do chimarrão se mantém forte na região
A tradição do chimarrão é antiga e mesmo antes da chegada dos europeus à América, as tribos indígenas já utilizavam as folhas da erva-mate para preparar a bebida. O consumo se mantém ao longo dos anos e se adaptou para atingir também o público mais jovem. Em Vargeão, a Ervateira Nossa Senhora de Lourdes atua […]
Foto: Alessandra Bagattini
A tradição do chimarrão é antiga e mesmo antes da chegada dos europeus à América, as tribos indígenas já utilizavam as folhas da erva-mate para preparar a bebida. O consumo se mantém ao longo dos anos e se adaptou para atingir também o público mais jovem.
Em Vargeão, a Ervateira Nossa Senhora de Lourdes atua há 50 anos. Começou com outro proprietário, mas hoje quem está à frente dos trabalhos é a família Salvi, com os irmãos Alcenir e Almir, guiados pelo pai, seu Amandio.
As equipes começam os trabalhos no campo, com a poda da erva-mate, em toda a região. Na indústria, ela passa pelo processo de cancheamento, onde depois de seca irá moer e separar as folhas dos palitos. O último processo é a embalagem e destinação para o cliente final. Hoje em dia, há vários tipos de erva, desde a fina até a mais grossa e também a que conta com adição de açúcar e composto, como chás.
– O sistema de produção é bem rápido, cerca de uma hora depois que a erva-mate chega na indústria. São vários tipos de ervas, desde a fina e pura, até a que conta com composto, como cidreira e outros chás, além das ervas para terere. Vendemos para os três estados do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e um pouco para Goiás. Na nossa região a que mais sai é a 2001, no Paraná a Vargeão, Mato Grosso é a erva para terere e no Rio Grande do Sul a moída grossa. O gosto varia de região para região – comenta Alcenir.
Também atuando neste ramo diretamente ligado à tradição do chimarrão está outra empresa de xaxim. Esta por sua vez se dedica a confecção de cuias. Os porongos são plantados em diversas cidades e após o cultivo levados para a fábrica onde ganham forma e desenhos personalizados.
– O processo e lento. Tem que plantar, esperar, colher no tempo certo, tirar o miolo, lixar. Tem cuias que leva até um ano para ficar pronta, é necessário aguardar o processo para ter uma cuia de qualidade – comenta Luciane Cristina Zanotto.
A empreendedora começou a produção há cerca de oito anos. Desde então, e com muito trabalho, as vendas tem sido um sucesso. Mas, ela enfatiza que é necessário o aperfeiçoamento constante.
– A paixão vem de berço, sempre estava com a cuia na mão e eu já trabalhava com vendas então resolvi fazer o que o cliente gosta, não somente o básico, mas personalizando, com peças únicas. O caminho é peleado. Muitas vezes fomos ao Paraguai a trabalho, deixando amostras para hoje colher os frutos. Hoje as nossas cuias vão para o Chile, Uruguai, Paraguai, Agentina e também para o Egito – finaliza.
Com a pandemia, as vendas de Luciane alavancaram, já que agora a orientação é para que cada um tenha a sua própria cuia na hora de tomar o chimarrão, diferente de antes, onde se tinha apenas uma cuia para uma roda de pessoas.
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