Fernando Fachinello e seu Irmão, Felipe Fachinello fazem cerveja a mais ou menos seis anos, em pequena escala, para consumo da família e amigos, em Ponte Serrada.

Durante o processo Fernando notou que os insumos eram caros, tornando a cerveja cara, portanto começou a pesquisar para cultivar os insumos. Entre as pesquisas notou que o cultivo das leveduras (é o que produz a fermentação) seria impossível visto que precisaria de laboratório.

— Tentei com a cevada também, para cultivar a cevada daria certo, porém para fazer o processo de malteação não seria possível, visto que demandaria de um silo para umidificação e após a secagem, não tendo em pequena escala — comenta.

Chegou então nos lúpulos. Ele é tradicionalmente adicionado após tirar os grãos, na etapa da fervura. No calor do cozimento da mistura, o lúpulo libera suas resinas de aroma lupulado e seu sabor amargo, dando à cerveja sabor característico.

— Inicialmente não tinha cultivo registrado no Brasil, o que dificultou, existia também um enorme preconceito que o lúpulo não dava certo no Brasil devido a vários fatores, como o tempo de sol, o frio, nada disso é de certa forma errada, porém existe uma história por trás dos detalhes — destaca.

Fernando iniciou com algumas mudas que descobriu conversando com pessoas do Brasil todo, essas mudas vieram do Rio Grande do Sul de uma pequena cidade próximo a Vacaria, tinha algumas variedades, porém a que destacou foi o “Cascade”, um lúpulo de aroma moderado e amargor marcante.

— Iniciei a produção na estufa de casa, com medo de que o inverno viesse a matar as mudas, o que não aconteceu e que depois de tempos eu descobri que até na neve ele resiste — ressalta.

Após, transferiu as mudas para o campo, pouca quantidade, foi clonando as mesmas até aproximadamente 50 pés.

— Resolvemos então aumentar o campo para 150 mudas, mudamos de lugar, para o que estamos agora — cita.

Hoje os dois irmãos têm aproximadamente 400 mudas “operantes”, com mais de três anos a grande maioria e algumas um pouco menos.

— Temos uma área disponível para ampliação de dois hectares, porém como o custo de implantação é alto e demanda tempo, precisamos avaliar e ir com calma — ressalta.

Estrutura:

O sistema estrutural para a produção de lúpulo consiste em postes de eucalipto tratado de aproximadamente sete metros de altura, visto q a planta cresce até dez metros. O sistema que os irmãos utilizam são 20 metros entre postes, três metros entre fileiras e as plantas ficam em um metro na linha dos postes.

— Utilizando esse espaçamento consigo entre três e quatro mil plantas por hectare, é uma saturação grande para o lúpulo, porém com uma forte adubação e irrigação não há problema, utilizo sistema de irrigação por gotejamento — fala.

Falando em irrigação, o lúpulo é muito exigente em água, nessa época está ocorrendo uma grande estiagem, o que está afetando bastante a produção já que as plantas estão em fase de floração.

Os irmão continuam clonando mudas da variedade Cascade para ampliação da área, porém eles têm planos para outras plantas Matriz para o futuro, para diversificar ainda mais a produção.

@LúpulosCaratuva