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Lance Notícias | 13/07/2021 15:05

13/07/2021 15:05

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Homem confessa que matou família e ateou fogo em residência

Ainda no mês de maio, um incêndio foi registrado numa casa, em São Domingos. Dentro da residência estavam quatro pessoas da mesma família, sendo mãe, pai e dois filhos. As vítimas foram identificadas como Neocir Rodigheri de 34 anos, a esposa Raquel Aparecida Alves, de 31 anos, e os filhos, João Vitor Rodigheri de 11 […]

Homem confessa que matou família e ateou fogo em residência Foto: divulgação/Lance Notícias

Ainda no mês de maio, um incêndio foi registrado numa casa, em São Domingos. Dentro da residência estavam quatro pessoas da mesma família, sendo mãe, pai e dois filhos.

As vítimas foram identificadas como Neocir Rodigheri de 34 anos, a esposa Raquel Aparecida Alves, de 31 anos, e os filhos, João Vitor Rodigheri de 11 anos e Maria Eduarda Rodigheri de 10 anos.

Sobre as mortes

De acordo com os laudos do Instituto Médico Legal (IML) do Núcleo Regional de Perícias de São Lourenço do Oeste/SC, Neocir Rodigheri (34 anos), uma das vítimas, apresentava “ferida cortante em região cervical anterolateral esquerda”, tendo sido “hemorragia aguda” a causa de sua morte e “instrumento cortante” o objeto que a produziu.

Raquel Aparecida Alves (31 anos), outra vítima, apresentava “ferida perfurocortante em região cervical direita” e “ferida perfurocortante em região anterior de hemitórax direito”, tendo sido “hemorragia aguda” a causa de sua morte e “meio perfuro cortante” o instrumento que a produziu.

Tais elementos, examinados em conjunto à “ausência de sinais de lesões por inalação ou fuligem em via aérea”, indicam que as lesões foram produzidas em organismo vivo, ou seja, que suas mortes não foram decorrentes do fogo que consumiu toda a residência onde o casal morava com duas crianças (também vítimas), mas sim um crime de sangue. Neocir foi identificado pela impressão digital, enquanto que Raquel pela arcada dentária.

Resolução do crime

A Polícia Civil realizou uma coletiva de imprensa onde informou detalhes quanto a resolução do crime. Wilherm Negrão delegado Regional de Polícia Civil comentou sobre o crime.

– Num primeiro momento soou para nós um tanto quanto estranha a notícia. Estivemos no local, juntamente com outras forças, mas a dinâmica nos despertou atenção. Pelo fato de que não sinalizava boas notícias, muito apesar de já ter resultado em quatro mortes. A partir daquele momento nós começamos a investigar os fatos. Passados dois dias, recebi um profissional do IML, me comunicou que havia acabado a necropsia de um dos corpos, e que ele havia sido morto pela ação humana e não pelo fogo. A partir dai intensificaram as investigações – comenta.

Um suspeito foi preso seis dias após o ocorrido. Renan Locatelli, perito criminal também comentou sobre o trabalho neste caso que chocou toda a região.

– Às 08h o IGP já estava presente no local. Ali eles desenvolveram o trabalho durante todo o dia. Já no local, além das quatro vítimas, a perita chamava atenção de que o incêndio não teria sido acidente. Foram coletados diversos materiais e retornou com resultado positivo para acelerante, confirmando a tese inicial de que o incêndio era criminosos. As vítimas se encontravam com um alto grau de queimadura. Com esses corpos, já no IML, foi constatado que não havia sinal de morte por causa do incêndio. Foram constatados cortes na região do pescoço, uma das vítimas, adulta feminina, também na região do tórax. Comunicamos a polícia, já confirmando que o incêndio seria criminoso no intuito de acobertar o crime. A ação do IGP se deu na perícia do local, na necrópsia dos corpos e ela ainda está acontecendo, pois houve coleta no carro e na residência do indício. Ainda aguardamos resultados das análises para que sejam concluídos os trabalhos – detalha.

Roberto Marin Fronza, Delegado de Polícia da DIC-Fron de São Lourenço do Oeste detalha sobre a investigação.

– O fato chamou atenção, pois num incêndio as pessoas tendem a sair da residência, mas as crianças foram encontradas no sofá e na cama e somente isso já chamou a atenção. Na terça-feira de manhã realizamos oitivas de testemunhas, de posse dessas informações conseguimos chegar a um possível suspeito. A mulher morta, a vítima, tinha passado o dia todo em alguns bares da cidade. Ela chegou em casa por volta das 02h da madrugada. Quando ela chegou, se deparou com o possível autor e teria se mostrado inquieta com a presença dele. Isso nos foi relatado pelas testemunhas. Por volta de 06h, testemunhas relatam que o mesmo carro estava estacionado na residência que foi incendiada. Isso nos levou a crer que esse seria o autor do crime. Ele foi preso e na sua residência também foram realizadas algumas buscas. Foram dadas início as diligências de análise de telefones, dentre outros dados. Foram encontrados, no veículo algumas manchas de sangue que a gente não pode dizer que é da vítima, mas foi feito coleta e enviado para análise. No testemunho, ele negou e apresentou um álibi. No dia seguinte, o álibi que ele indicou negou que ele teria dormido na casa dela. No dia 09 de julho, a gente encaminhou o relatório final com o pedido de conversão da prisão temporária, para preventiva. Ocorre que, no dia seguinte a essa decretação, ele procurou um agente da polícia e informou que gostaria de conversar conosco. Realizamos um novo interrogatório e ele acabou por confessar o crime. Comentou que fez o uso de drogas e quando cheirou a última carreira de cocaína teria apagado e somente acordado com a faca ensanguentada em mãos e para encobrir o fato acabou colocando fogo na casa. Essa foi a alegação. Disse que não se recorda dos fatos. Ele confirma que foi ele, que não tem dúvida, só não sabe o motivo. Por isso ele permanece preso. Agora toda a parte de polícia ficará a cargo do poder judiciário – explica.

Ele ainda negou ter um relacionamento com a mulher e ainda que era amigo próximo da família.

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