Laura Oltramari é mãe do pequeno Francisco, de oito anos. Ele possui paralisia cerebral severa, tem baixa visão, não fala, não anda, mas adora sair passear. Eles são de Ponte Serrada, mas atualmente residem em Água Doce, já que Laura encontrou um novo emprego.

Conforme a mãe, o menino precisa de cuidados especiais, mas nada é empecilho para o deixar feliz.

– Ele possui esquizencefalia bilateral de lábios abertos, microcefalia e baixa visão. Ele não fala, não caminha, é bem espástico e realiza aplicação de Botox a cada quatro meses, mas no geral é bem tranquilo. Não faz uso de nenhum medicamento, nunca teve convulsões – comenta a mãe.

Agora, em uma nova cidade, a rotina precisou ser adaptada. Francisco passou a frequentar a Apae do município. A paixão por passear continua viva no menino, por conta disso, a mãe disse que em breve deve voltar às corridas.

– Recentemente vim trabalhar em Água Doce, agora ele não vai mais no ensino regular e sim frequentando a Apae no período da manhã. Nas terça e quintas-feiras ele tem fisioterapia, vai pela Unimed. A tarde enquanto estou no trabalho ele fica com a cuidadora. Às 5h30 busco ele e ele tá sempre me esperando feliz. No começo foi bem difícil, fiquei com um pouco de medo, um lugar diferente, não conhecia ninguém, mas graças a Deus fomos bem acolhidos, pessoal da Apae aqui é super atencioso com o Francisco e a tata nova também. No momento não estamos mais correndo, mas quero voltar, temos saudade da adrenalina das corridas. Era bom para ele e para mim também – diz.

Laura é mãe solo, já passou por várias dificuldades, mas o sorriso no rosto mostra o amor e a ligação que há entre os dois.

– Francisco é amor. Ele transmite e ensina isso, para todas as pessoas que convivem com ele. Pessoas como ele ensinam a gente dar valor as coisas simples, a ter mais empatia, ser resiliente, ter mais paciência. Desde que me tornei mãe do Francisco, comecei a acompanhar a rotina de várias mães de crianças deficientes e cada um diferente, alguns com mais dificuldades, outros com menos, mas só tenho a agradecer por o Francisco ser saudável, se alimentar bem, não fazer uso de medicamentos. Assim conseguimos ter uma vida normal, o nosso normal – cita.

Falando em dificuldades, Laura frisa que nunca esteve sozinha, sempre contou com apoio da família, mas também da comunidade como um todo.

– Agradeço por ter pessoas que se preocupam com ele, que me ajudam. A gente tá cercado de pessoas que nos ajudam, que ficam com o Francisco por amor. Minha família é bem presente nisso. Nunca ficamos desamparados ou sozinhos e existem muitas pessoas boas nesse mundo. Todos querem bem o Francisco e fazem o melhor para ver ele sempre bem e com o sorriso lindo dele sempre presente. Todo mundo passa por dificuldades, nem todos os dias são bons e claro que as vezes bate um desânimo. Mas aí eu lembro de todas as coisas boas que já aconteceram em nossas vidas, do quão somos abençoados. Francisco pode não falar, mas os olhos e o sorriso dele dizem tudo. Diz o quanto ele é feliz e amado – conclui a mãe.