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Lance Notícias | 14/05/2021 10:49

14/05/2021 10:49

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“Ele agiu consciente, planejou a ação, foi um crime premeditado”, diz delegado sobre caso de Saudades

Durante a entrevista coletiva realizada pela Polícia Civil, o delegado Jerônimo Marçal Ferreira, falou detalhes quanto ao crime cometido em Saudades, no dia quatro de maio, em uma creche que vitimou três crianças e duas adultas. Na conclusão das investigações, o delegado comenta que ficou muito claro que o jovem agiu de forma consciente. Ele […]

“Ele agiu consciente, planejou a ação, foi um crime premeditado”, diz delegado sobre caso de Saudades Foto: reprodução

Durante a entrevista coletiva realizada pela Polícia Civil, o delegado Jerônimo Marçal Ferreira, falou detalhes quanto ao crime cometido em Saudades, no dia quatro de maio, em uma creche que vitimou três crianças e duas adultas.

Na conclusão das investigações, o delegado comenta que ficou muito claro que o jovem agiu de forma consciente. Ele foi indiciado por cinco homicídios triplamente qualificado e uma tentativa de homicídio triplamente qualificada.

– Primeiro ponto: naquela manhã ele foi trabalhar normalmente, saiu no intervalo, foi para casa e foi para a creche depois. Segundo ponto, ele queria matar o máximo possível de pessoas, esse era o seu objetivo e ele tinha pressa. Importante também, ele agiu consciente do que fez. Ele planejou ação, foi um crime premeditado. Ele foi indiciado por cinco homicídios triplamente qualificado e uma tentativa de homicídio triplamente qualificada. Ele agiu sozinho. Demos profundidade e não há qualquer indicativo de que alguém tenha ajudado. O que eu trago para vocês, trago como resultado, não quero dar detalhes quanto a o que ele falou e não quero dar mídia para esse rapaz, pois ele não merece. Ele confessou o crime, admitiu que planejou tudo – comenta.

O delegado também comenta que contou com o apoio de uma policial psicóloga para entender de fato a motivação do jovem ter cometido tamanha crueldade.

– Tivemos apoio de uma psicóloga policial para tentar entender tudo isso. O que os elementos mostram, de forma simplificada: ele era muito isolado e tinha dificuldade de socializar, mas de forma muito elevada a ponto de ele não jantar com a família, por exemplo. Nos últimos tempos ele foi isolando ainda mais no seu mundo e ele entrou num mundo onde começou a ter contato com ideias violentas, e pessoas com sentimentos ruins e começou a alimentar esse ódio dentro de si a ponto de querer descarregar isso em alguém. A sua ideia inicial era contra pessoas que tinham um certo convívio com ele, na escola. Ele tentou adquirir arma de fogo várias vezes e não conseguiu e como não conseguiu ele achou que não conseguiria agir contra jovens do seu tamanho com uma arma branca. Isso mostra que isso era um ato ainda mais covarde, contra crianças e mulheres – detalha.

O delegado ainda comenta que o jovem teve acesso a muito conteúdo violento na internet e isso o ajudou a alimentar os seus sentimentos.

– Ele tinha consciência do que fez e que foi errado, falou estar arrependido, mas não sei dizer se era genuíno ou não. A raiva dele era contra qualquer pessoa. Ele deixou bem claro que era pela fragilidade das vítimas, a escolha do local. Não só a família como todas as pessoas do seu ciclo, ninguém tinha ideia. Ele nunca tinha demonstrado isso, era algo que ele vinha trabalhando na sua cabeça – diz.

Questionado quanto a possibilidade de ter uma rede de pessoas atuando em diversos estados com o mesmo propósito, o delegado tranquilizou a todos e disse não existir nada de concreto.

– Tem informações que se obteve na investigação, mas que não podemos divulgar. Para tranquilizar, não tem nada de concreto. O que existe são pessoas com esses pensamentos, mas não é algo concreto – salienta.

Agora, o caso será entregue ao Ministério Público.

– No mesmo dia ele foi autuado em flagrante e decretado a prisão preventivamente. Primeiro ele estava no hospital e agora foi encaminhado ao presídio e vai ficar assim até o julgamento dele. Hoje mesmo vamos encaminhar o caso dele ao Ministério Público e o MP é que tomará os demais trâmites – finaliza.

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