Marcos Brandalise | 24/04/2020 09:03

24/04/2020 09:03

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Informação como forma de prevenção

A desinformação e o excesso de informações descomprometidas têm gerado problemas de toda ordem que acaba afetando até a implementação de políticas públicas. É cada vez mais comuns setores públicos, órgãos públicos, terem de usar parte de sua estrutura jurídica, administrativa, de comunicação social para prestar esclarecimentos que ou não são corretos, ou não são verdadeiros, ou são incompletos que tornam a própria informação errada.

Igualmente é comum muitas pessoas publicarem e compartilharem desinformações, intencionalmente ou não, e isso se dá por muitas causas conhecidas de todos, como (i) confiança no meio de veiculou, (ii) conteúdo reputado importante, (iii) conteúdo “bombástico”, (iv) pressa na transmissão, entre outros.

A questão é que passamos todos de receptores da informação a investigadores da informação para, somente após, publicar seu conteúdo. Toda a informação necessita passar por um filtro (crivo) dos destinatários, sob pena de transmitirmos informações erradas, incompletas, inverídicas, quando não, por desonestos e desinformados.

A informação deve, no mínimo, acima de tudo, cumprir ao que se propõe que é instruir, orientar, comunicar, noticiar e dar conhecimento, com o mínimo de comprometimento e com o mínimo ética que se possa esperar de um meio de comunicação, seja qual for.

Diante de um panorama como esse em que tudo é nada ao mesmo tempo e toda veiculação pede – infelizmente – prévia conferência, acrescente-se uma dose de pandemia. Pronto. É a combustão propícia para o estopim do caos. Números de casos confirmados e de pessoas em acompanhamento, números de pessoas em UTI, decretos diários e incontáveis orientações destinada à prevenção, estimativa de pessoas que irão se contaminar e tantas outras que precisarão de leitos, número de pessoas desempregadas, valor da queda de arrecadação, bolsa que sobe e que despenca, inverno rígido ou inverno benevolente, Cruzeiro contratou um babalorixá para não ser rebaixado à série B do campeonato brasileiro (?) ….ufa! Isso apenas em pouco mais de um mês de crise.

Se bem orientados podemos, nós mesmos, fazer nossa própria avaliação da crise. Já estamos há mais de um mês de quarentena, temos dados suficientes para uma avaliação. Para isso é importante escolher o meio de veiculação correta, quem é o emissário da informação, qual a fonte buscou dados e elementos, como trabalhou esses dados, como transmitiu a mensagem. Esses são alguns elementos que se adotados nos darão condições de melhor analisar e mensurar a crise, promover nossas escolhas com menor margem de erro.

Num contexto em que a notícia da manhã já é velha ao anoitecer, e que a mensagem veiculado pode influenciar nas decisões de nossas vidas “a má informação é mais desesperadora que a não-informação” (Charles Caleb Colton, 1780-1832, Lacon).

 

 

 

 

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