Com o início de dezembro, o Brasil dá destaque à mobilização nacional de enfrentamento ao HIV, à Aids e às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Instituída pela Lei nº 13.504/2017, a campanha “Dezembro Vermelho” busca conscientizar a população sobre prevenção, assistência e proteção aos direitos das pessoas que convivem com o HIV. Neste ano, a campanha apresenta o lema “HIV. É sobre viver, conviver e respeitar. Teste e trate. Previna-se”

A campanha, integrada a princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), envolve órgãos públicos, entidades civis e organismos internacionais. Entre as ações realizadas, destacam-se a iluminação de prédios com luzes vermelhas, palestras, campanhas midiáticas e eventos de engajamento.

Sabe aquele ditado “nem tudo é o que parece”? Pois é…O HIV (sigla em inglês para o vírus da imunodeficiência humana) ataca o sistema imunológico, tornando o organismo vulnerável a doenças como tuberculose e até alguns tipos de câncer. Apesar disso, ser portador do vírus não significa desenvolver Aids. Pessoas infectadas podem viver anos sem sintomas, mas seguem com risco de transmissão em casos de relações desprotegidas, compartilhamento de seringas ou durante a gravidez e a amamentação, se não forem adotadas medidas preventivas.

De acordo com especialistas, a principal forma de prevenir o contágio é o uso consistente de preservativos masculinos ou femininos em todas as relações sexuais. Além disso, o SUS oferece testagem gratuita e métodos preventivos, como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que têm ampliado o alcance das ações preventivas no país.

Falando de dados, o futuro é promissor…O Brasil atingiu, em 2023, um marco importante ao diagnosticar 96% das pessoas estimadas com HIV e desconheciam sua condição. Essa conquista aproxima o país das metas globais definidas pela ONU, que visam eliminar a Aids como problema de saúde pública até 2030. Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e Aids (Unaids), as metas incluem diagnosticar 95% das pessoas com HIV, garantir tratamento a 95% delas e suprimir a carga viral de 95% dos tratados.

Hoje, o Brasil já superou a meta de diagnóstico e alcançou índices de 82% de pessoas em tratamento e 95% com supressão viral. O conceito “i = 0”, adotado pela nova campanha de conscientização do Ministério da Saúde, reforça que o HIV indetectável elimina o risco de transmissão.

Além de combater o HIV, o Dezembro Vermelho alerta sobre outras ISTs, que podem ser transmitidas por contato sexual desprotegido ou de mãe para filho. A prevenção inclui o uso de preservativos, vacinação contra HPV e hepatites A e B, e tratamento imediato de infecções diagnosticadas.

Outro ponto crucial é a conscientização das parcerias sexuais, para que também recebam diagnóstico e tratamento, evitando reinfecções e interrompendo a cadeia de transmissão.