Queimadas aumentam e fumaça se espalha em Santa Catarina.
As queimadas nas regiões amazônica e central do Brasil, comuns durante o outono e inverno, têm apresentado um aumento expressivo em 2024. Esse crescimento está relacionado à influência do fenômeno El Niño, que intensificou as chuvas no Sul do Brasil e reduziu as precipitações na Amazônia e no Centro-Oeste. A última estação chuvosa nessas áreas foi mais seca que o esperado, agravando as condições para a ocorrência de queimadas.
Em Santa Catarina, a população tem presenciado vários dias com forte presença de fumaça, mesmo sem focos de queimadas locais. Esse fenômeno é explicado pelo transporte de fumaça das queimadas nas regiões amazônica e central, trazida pelos ventos de norte, em especial pelo Jato de Baixos Níveis (JBN). Esse transporte de fumaça se intensifica em condições pré-frontais, que antecedem a chegada de frentes frias ao Sul do Brasil.
A fumaça tem sido visível a olho nu em Santa Catarina, especialmente durante o entardecer e o nascer do sol, quando o céu adquire uma coloração avermelhada. Imagens de satélite também capturam a concentração de fumaça na região. A presença de fumaça pode comprometer a visibilidade e afetar a qualidade do ar, exigindo monitoramento contínuo.
A previsão para os próximos dias indica que a passagem de uma frente fria pelo estado, entre a noite de quarta-feira (04) e quinta-feira (05), deve reduzir temporariamente a concentração de fumaça, devido à chuva e à mudança na direção dos ventos para o sul. Contudo, a partir de sexta-feira (06) e durante o fim de semana, os ventos devem voltar a soprar do norte, trazendo novamente a fumaça para Santa Catarina. A situação deve persistir até que as queimadas sejam controladas ou até o retorno da estação chuvosa, previsto para a primavera e o verão.
Diante desse cenário, recomenda-se que a população mantenha-se hidratada e esteja atenta a possíveis sintomas de irritação respiratória, como tosse, dificuldade para respirar e irritação nos olhos, principalmente entre crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias ou cardíacas.