O objetivo do livro é desmistificar a ideia negativa sobre clínicas, mostrando que são espaços de acolhimento e não apenas lugares de sofrimento.
A joranlista e fotógrafa faxinalense Kiane Berté lançou na última terça-feira (09), um livro de autoria prória “Histórias que ouço na clínica”, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC). Durante meses, Kiane frequentou a clínica de reabilitação ambientada no hospital Santa Luzia de Ponte Serrada, entrevistando pacientes individualmente e em grupo, conforme cada um se sentia confortável, a maioria das histórias são de mulheres que encontraram na autora alguém com quem se abrir e compartilhar suas experiências. Muitas narrativas não puderam ser incluídas no livro, pois os pacientes preferiram que suas histórias não fossem divulgadas, usando a entrevista como um desabafo.
O livro aborda temas como depressão, tentativas de suicídio, vícios em drogas e álcool, e envolvimento com tráfico. Kiane ressalta que as histórias contêm gatilhos emocionais, não sendo recomendadas para pessoas sensíveis. A autora enfrentou dificuldades emocionais durante o processo de escrita, não sendo da área da saúde e se considerando muito emotiva, o que tornou difícil separar o profissional do pessoal.
— A ideia do livro é basicamente ajudar pessoas que passam pelos mesmos problemas, seja no alcoolismo, vicio de em drogas, depressão e demais transtornos mentais. Com ele, as famílias podem entender que existe solução, existe um lugar em que podem se curar, ter uma qualidade de vida muito melhor. O tema do livro também serve para que os jovens, principalmente, fujam do caminho das drogas ao lerem estas histórias, porque elas retratam a realidade de cada um, de uma maneira muito forte. Talvez esse seja o choque de realidade que muitos precisam para evitar o vício — destaca a autora.
Além dos desafios, Kiane relata momentos de descontração durante as rodas de conversa, especialmente com as mulheres. O objetivo do livro é desmistificar a ideia negativa sobre clínicas, mostrando que são espaços de acolhimento e não apenas lugares de sofrimento. Kiane espera que as pessoas vejam as clínicas de outra forma, combatendo preconceitos existentes.