A data está marcada na memória: 17 de maio de 2020. Apaixonado por motocross, Adenilson Fagundes saiu de casa com o objetivo de andar de moto, mas o que ele nunca imaginava é que essa seria a data do seu “novo nascimento”.

Durante o percurso da atividade, Adenilson sofreu um acidente que o deixou com sequelas, uma delas a paraplegia. Mesmo diante de todas as dificuldades, o jovem esbanja sorrisos e não cansa de agradecer pela vida.

– Eu fui andar moto em uma pista de motocross. Me arrumei, carreguei a moto, chegando na pista dei oi a uns amigos que lá estavam, vesti os equipamentos e fui à pista. Completando a primeira volta, o pneu traseiro (meio careca) deslisou. Tentei segurar até diminuir a velocidade, mas sem sucesso. Em questão de milésimos de segundos já estava caído e com corpo em choque. Fiquei lúcido, mas a minha preocupação era a viagem do dia seguinte, já que eu era caminhoneiro. Quando os bombeiros chegaram, fui encaminhado para o hospital Frei Bruno, em Xaxim. Após os exames, foi detectado uma fratura na coluna na altura T5 e T6, na sequência já fui transferido Hospital Regional de Chapecó – comenta Adenilson.

Na mesma semana, Adenilson já foi submetido a cirurgia. O procedimento durou cerca de cinco horas. Foram 19 dias internamento até descobrir que estava com sangue nos pulmões.

– Não parava minha tosse, os médicos até achavam que era Covid, mas depois de novos exames foi descoberto que havia sangue nos pulmões. Diante disso, fizeram raspagem e em breve ganhei alta – cita.

Mesmo diante da situação, Adenilson nunca se viu sozinho. A sua gratidão se resume a sua família e amigos que nunca o abandonaram.

– Dos 19 dias no hospital, todos os dias ia uma pessoa diferente de acompanhante. Foi uma coisa que me marcou muito, pois todo mundo queria ir lá me cuidar, ajudar de qualquer forma. Após estar em casa, sempre recebi visitas. Aos poucos fui me recuperando, fazendo fisioterapias pelo particular, mas isso graças a ajuda de muitas pessoas que se reuniram e promoveram rifas e venda de lanches para custear os procedimentos – diz.

Aos poucos, o morador de Xaxim foi se adaptando com a nova rotina. Hoje, depois de um ano e três meses do acidente, ele diz o que lhe mantém feliz é sua fé.

– Todo dia 15 eu somo o quanto tempo já estou na cadeira. Assim vão passando dias, meses e ano. Nunca perco a fé de que um dia meus movimentos irão voltar. Eu já faço coisas que outros cadeirantes ainda não fazem, já andei de moto elétrica, faço equoterapia, natação, mudei minha habilitação para categoria B para dirigir carros adaptados. Hoje em dia estou casado com uma mulher que realmente é um anjo, a farmacêutica Sabrina Santin que me dá muito apoio e motivação – salienta.

Aos 28 anos, Adenilson destaca que o segredo para suportar tudo é o sorriso no rosto.

– Quando me perguntam como que mesmo a vida ter virado de avesso eu fico sorrindo, eu respondo que pelo fato de eu estar vivo já é uma vitória, pois, mesmo que estando numa fase ruim tem gente que gostaria de estar em meu lugar. Agradeço muito as pessoas que estão por perto, que me apoiam e me estendem a mão sempre que preciso – diz.

Nos últimos dias Adenilson participou de um ensaio fotográfico com a Juliana Mognol, de Vargeão. Após o ensaio, a fotógrafa realizou um agradecimento nas redes sociais, confira: